Para mim a Anastácia é uma das pessoas mais queridas da família. Todos irmãos assim a consideram. E a anastácia ainda ajudou a cuidar dos mais novos. Era da família. Era de casa.
Sempre quando voltávamos a Inconfidentes, procurávamos saber da Anastácia. E hoje, ao retornar, vejo a Anastácia vitoriosa pela vida, uma orgulhosa criatura. Brasileira. Mineira, alma liberta. E por suas próprias crenças e valores, governa a própria vida. E segue altaneira.
Nunca vi a Anastácia submissa.
Quando a Anastácia está brava, eu sei, ela faz bico para mim.
Mas quando ela não faz, está tudo certo. E tudo está em paz.
Na prática, era a "irmã do meio" da família. E ia buscar o Kika e Duba na saida do colégio daquela época (GE - Felipe dos Santos) . Garantia a "segurança" dos protegidos contra uns meninos mais fortes dispotos a resolver "diferenças" na saída da escola...
Pois onde a Anastácia estivesse, em volta impunha logo o respeito. E em Inconfidentes a Anastácia sempre foi rainha. Sempre pisou o chão como pisam as rainhas. E por tudo enfrentou a vida com coragem e alegria.
Pois uma das mais queridas imagens ficou, quando certa vez voltara a Inconfidentes em rápida pássagem: Pois por minha surpresa e alegria, vi a Rainha do Carnaval. E o carro alegórico parava frente à casa, esquina onde antes morávamos. Pois era a Anastácia em cima. Talvez ela não se lembre. Mas ficou e guardei: o aceno da mão. A linguagem das mãos. Mão, olhar e carinho no ar.
Aliás, é engraçado agora reparei ao lembrar disso. Sempre onde estivemos, falamos a linguagem das mãos. E sempre falaram carinho e respeito marcado pelo ar. Dança. Coreografia da vida. Enfim tudo comunicado: cada simples gesto. E assim cada qual pisou o mundo, cada qual com sua linguagem a somar caminhos. E hoje andados mundo afora - cada trilha de Inconfidentes, cada qual. Caminho guardado. Pisar contionuado, gestos e silêncios andados.
Pois a Anastácia é irmã do Toninho. Para mim também outro irmão da época.
Tinhamos a mesma idade. Toninho, outro membro da família sempre por perto lembrado e querido de Inconfidentes inteiro. E por todos respeitado.
E ele era o craque da bola. E eu o perna de pau - apesar de tentar. Toninho era o requisitado titular de todos os times daqui da região. E eu modesto "segundo quadro" no time da Escola e vez por outra também acertava - meio ajudado pelo acaso.
Mas sem ser por acaso, tinha de tirar o chapéu para o Toninho quem aliás mostro abaixo, aí na foto - tempos atras.
Já é o Toninho - Avô. E nos braços a neta Fernand(inha). E o Marquinho, sobrinho da Anastácia e filho do Toninho, também já foi eleito uma vez vereador aqui em Inconfidentes.
Aliás, em quem a gente confia por nunca precisar trair a verdade. E pela vida simples e honrada onde nada se precisa mentir ou esconder, resta a alegria de ver a Anastácia passar frente à casa. Ou pelas ruas de Inconfidentes a cruzar caminhos. Cada qual, tenho certeza, leva guardado o carinho pelo passo seguinte. Coisas de velha amizade. Guardados de memória estendidos pelo tempo.