Toninho, como é conhecido.
A paisagem de Inconfidentes não estaria completa se faltasse o Toninho sentado no "point", seu lugar cativo na esquina da Rua Sargento Mor com a Av. Alvarenga Peixoto, onde ficava antigamente o açougue do seu Américo.
Toninho hoje é funcionário aposentado da Prefeitura Municipal. Mas vez por outra, a gente o encontra no batente junto com a turma da prefeitura. Ajuda em algum conserto de calçamento ou em obra que exija conhecimento das coisas mais antigas da cidade. Quem não conhece o Toninho?
Nos idos de 1960, toninho jogava futebol. Era centro avante, o maior craque do Inconfidentes F.C. Sempre atraída onde estivesse, a bola era lhe obediente. Seguia por seus pés enquanto os beques ou corriam atrás ou permaneciam sentados no chão. Era o futebol arte que existia no Brasil. Conforme o jargão da época, muitos times da região, vinham "requisitar" emprestado o grande craque de Inconfidentes para "enxerto" em partidas decisivas. Hoje é sempre alegria encontrar essa figura humana sentado nesse canto de mundo - onde ainda contemplativo a seu modo filosofa e compõe a estética da vida como arte em si.
Hoje Toninho virou avô. Passeia com a netinha Fernanda de bicicleta por aí; enquanto, de novo, boboletas e canarinhos povoam as terras na fazenda.
quarta-feira, novembro 29, 2006
terça-feira, novembro 28, 2006
Seu Ico
Sempre em forma!
Velho craque do Inconfidentes FC!
Dominava a bola e distribuia como queria.
Também jogou no Palmeiras. Era "center-half".
Ainda vou publicar foto dos times onde jogou o Seu Ico. Velho amigo do meu pai. Pessoa grata pela amizade sempre consevada.
É uma alegria encontrá-lo à porta da Casa Garcia!
Pois foi na antiga "Venda do Ico", onde hoje se ainda encontra o velho casarão (desfigurado) do Zé Garcia; foi alí que um dia "chegou", materializada, a televisão - pela primeira vez em Inconfidentes!
Vieram não sei d'aonde fazer demonstração.
Só lembro isso: a televisão (branco e preto, claro) ficou em cima do balcão, virada para a rua.
Enquanto na porta, em meio ao juntamento, na calçada alguém segurava a antena no alto de um enorme bambú (enquanto isso as "listas" escorriam pela tela "zebrada" e apareciam imagens rápidas no meio de "chuviscos")...
E lógico, o povo se juntava na calçada para ver tamanha "novidade", uai...
Ora que ironia! Hoje, a televisão (colorida) fica na porta da Casa Garcia... é por onde se vê chegar o resto das "novidades" do mundo novo!!!
Pois lá dentro, velho mundo, fora coisas e mercadorias do que a gente mais precisar marcado na caderneta, tudo é velho.... Principalmente a velha amizade.
Velho craque do Inconfidentes FC!
Dominava a bola e distribuia como queria.
Também jogou no Palmeiras. Era "center-half".
Ainda vou publicar foto dos times onde jogou o Seu Ico. Velho amigo do meu pai. Pessoa grata pela amizade sempre consevada.
É uma alegria encontrá-lo à porta da Casa Garcia!
Pois foi na antiga "Venda do Ico", onde hoje se ainda encontra o velho casarão (desfigurado) do Zé Garcia; foi alí que um dia "chegou", materializada, a televisão - pela primeira vez em Inconfidentes!
Vieram não sei d'aonde fazer demonstração.
Só lembro isso: a televisão (branco e preto, claro) ficou em cima do balcão, virada para a rua.
Enquanto na porta, em meio ao juntamento, na calçada alguém segurava a antena no alto de um enorme bambú (enquanto isso as "listas" escorriam pela tela "zebrada" e apareciam imagens rápidas no meio de "chuviscos")...
E lógico, o povo se juntava na calçada para ver tamanha "novidade", uai...
Ora que ironia! Hoje, a televisão (colorida) fica na porta da Casa Garcia... é por onde se vê chegar o resto das "novidades" do mundo novo!!!
Pois lá dentro, velho mundo, fora coisas e mercadorias do que a gente mais precisar marcado na caderneta, tudo é velho.... Principalmente a velha amizade.
José Garcia
o Seu Zé Garcia era referencia para quem quisesse saber os rumos políticos de Inconfidentes. Sentava-se num banco frente ao antigo casarão onde hoje hoje é a "rodoviária".
E daquele banco se decidiam as questões fundamentais da terra sob a opinião do Zé Garcia, tal como se fazia nos "tempos dos coronéis". Para mim, era a própria figura do coronel. Tal como a gente está acostumado a ler nos romances. Falava baixo. Não precisava se exaltar. E tudo, mais ou menos, terminava ajustado ao como ele achava e devia de ser.
Por fim, a Escola agrícola deve muito de sua existência ao Zé Garcia.
Pois foi graças a ele, junto com o filho Ico mais Agenor Junqueira e Mário Bonamichi que a EAVM sobreviveu, sustentada anos e anos quando as verbas foram cortadas e meu pai havia recebido "ordens" para fechar. Reuniram-se e decidiram bancar a continuidade.
Meu pai, lembro, mesmo as vezes contrariado, sempre ouviu com muita atenção a opinião do Zé Garcia.
Paulo Alberti
Paulo Alberti, hoje é funcionário aposentado da EAVM/EAFI.
Seu Paulo sempre foi amigo e meio cúmplice da molecada, pois sabia todas as traquinagens que a gente fazia. As vezes fazia cara feia. Mas a gente sabia que era só para constar.
No mais, Seu Paulo continua tão alegre como era naquela época. E não esquece as histórias do Dr. Amador.
E guarda tudo de memória. Ele viu nossa turma ir um dia assistir aula todos vestidos de terno, mais uma molecagem como na época combinamos em turma de aluno. E até hoje, é só encontrar o Seu Paulo. E lá vem as histórias de quando o Dr. Amador descrevia o arado de aiveca (visto por trás) como se "fosse uma gaivota em preguiçoso vôo".
E o taxi do Seu Paulo, na época era um Chevrolet 1948/9. Aliás, o único "carro fechado" de Inconfidentes, o que era considerado muito "chic", já que os outros taxis eram "Fordinhos-29". Esses eram preteridos pois eram "duros": sacolejavam muito - como se cabritassem pelas estradas de terra, enquanto o carro do Seu Paulo ia macio.... E a capota de lona dos fordecos não protegiam tão bem o freguês da chuva e da poeira. Pode?
Eurico Alberti
Eurico Alberti, funcionário aposentado da EAVM.
É o "Ming", como assim o chamávamos na oficina mecânica da escola. Com o Ming não tinha tempo quente. Motorista capaz de cambiar o velho Studebaker - 48, caminhão de "caixa seca", que para não raspar na troca de marchas, tinha de dar o "tempo" certo como "prática de ouvido" sob o ronco do motor para com isso fazer "encaixar" as engrenagens na caixa de cambio em sincronias de velocidade. Porque senão, era aquele vexame.
Quem não sabia disso, até achava que os outros motoristas eram "barbeiros".
Pois além do Ming, ao que se saiba só o velho Chicão é quem também, conseguia mudar as marchas sem raspar. E a paixão do Ming era esse velho caminhão. Aliás, desprezado quando tempos depois surgiu o F-600, um Ford 1958 estalando de novo naquela época e tinha cambio "sincronizado" além da "reduzida" e do "freio à bafo".
Mas o orgulho do Ming era mesmo desfilar com o velho caminhão - depois guardado na "garagem" e flanelado para não ficar poeira...
Sílvio Pestelli
Sílvio Pistelli, hoje é também funcionário aposentado da EAVM/EAFI.
Velho amigo do meu pai e pela família. Pessoa fiel, sincera e de alma aberta; e assim, ao quanto lembro, até última hora guardou a velha amizade.
Além de conselheiro apaziguador da molecada, Seu Sílvio era ferreiro. Forja, marreta e bigorna espoucavam e zuniam ritmadas. E pela forma e contorno o ferro se amoldava ao desejo dos deuses, depois do fregues e, por fim, dele próprio conforme melhor lhe aprouvesse.
Seu Sílvio tecia obras de arte. Primeiro, dobrava o ferro. E depois surgia a utilidade. Era magia estendida pelo ferro o "vir a ser" formado pela vontade tonitruante dos deuses a moldar, rebater, repicar, repetir e tornar matéria a faisca vermelha. Enquanto o ferro contorcia sem queimar o avental de couro enegrecido - parede de arte; separada, à parte.
Ah, sim.
Seu Sílvio regulava os excessos das "zalunada" na oficina. Mas nunca recusou convite para galinhada enquanto a forja descansava de mais uma atividade criativa, humorada, dionisíaca. Galinhas do boa procedencia ele deixava. Mas galo vindo não se sabe d'onde, não. Esses ele mandava devolver.
Pois para o Seu Sílvio, o trabalho era prazer. Sendo resto, histórias para contar.
Outro dia, encontrei o Seu Sílvio. Tirei essa foto. Mas, prometo, vou publicar outras, ainda dos idos de 1960 - guardadas também com imenso carinho por aquela época.
Pois é, Seu Sílvio! Que a vida longa ainda o tenha para alegria de todos nós em Inconfidentes, uai!
Velho amigo do meu pai e pela família. Pessoa fiel, sincera e de alma aberta; e assim, ao quanto lembro, até última hora guardou a velha amizade.
Além de conselheiro apaziguador da molecada, Seu Sílvio era ferreiro. Forja, marreta e bigorna espoucavam e zuniam ritmadas. E pela forma e contorno o ferro se amoldava ao desejo dos deuses, depois do fregues e, por fim, dele próprio conforme melhor lhe aprouvesse.
Seu Sílvio tecia obras de arte. Primeiro, dobrava o ferro. E depois surgia a utilidade. Era magia estendida pelo ferro o "vir a ser" formado pela vontade tonitruante dos deuses a moldar, rebater, repicar, repetir e tornar matéria a faisca vermelha. Enquanto o ferro contorcia sem queimar o avental de couro enegrecido - parede de arte; separada, à parte.
Ah, sim.
Seu Sílvio regulava os excessos das "zalunada" na oficina. Mas nunca recusou convite para galinhada enquanto a forja descansava de mais uma atividade criativa, humorada, dionisíaca. Galinhas do boa procedencia ele deixava. Mas galo vindo não se sabe d'onde, não. Esses ele mandava devolver.
Pois para o Seu Sílvio, o trabalho era prazer. Sendo resto, histórias para contar.
Outro dia, encontrei o Seu Sílvio. Tirei essa foto. Mas, prometo, vou publicar outras, ainda dos idos de 1960 - guardadas também com imenso carinho por aquela época.
Pois é, Seu Sílvio! Que a vida longa ainda o tenha para alegria de todos nós em Inconfidentes, uai!
Lucimar Garcia
Lucimar - em baile de formatura na EAVM (1960).
Lucimar, minha querida amiga, vou-me permitir postar essa foto; gosto muito dela, pelo "como éramos" naquela época: voce como parte da minha turma naqueles anos dourados (1960).
Voce está linda e esse vestido (veludo vermelho) fez o maior sucesso como se vê.
Acho que jamais Inconfidentes teve bailes de formatura com tanta pureza e inocencia como quando se juntavam às fantasias do "bem querer" pelas danças imaginárias da vida como era, quando se dançavam boleros com rosto colado - "dois pra lá, dois pra cá".
Aliás, reconheco, eu pisava duro. E você teve paciência de ensinar...
Dagmar
Dagmar Engemann Guidi, filha do Seu Humberto.
E como tal, naquela época (Dagmar teria 15 anos!) era inescapável concluir: "toda donzela tem um pai que é uma fera"!
Dagmar é minha velha companheira nesses anos de Inconfidentes.
Gosto dessa foto. Namorada de irmão. Só podia ver, sem se atrever, como era o ditado da época.
Fazia parte da "roda". Jamais faltava a um bailinho.
Mas... era "par constante".
A Dagmar é um enigma.
Até hoje ainda não sei como seria se fosse inconstante.
Só sei de uma coisa: é a amiga mais sincera de Inconfidentes.
A gente não perde tempo com firulas e cada um diz o que pensa.
É uma alegria topar com a Dagmar pela rua.
A última vez que ela ficou brava comigo foi depois da eleição para prefeito. Cercou-me na rua e exclamou enfurecida: - "Raul, o que foi que voce falou mal do Breno"? (candidato do PT)
Só pude exclamar: "Eu? Mal do Breno? Eu não! Foi só em cima do PT!"
Pronto. Tudo certo. A velha amiga sorriu. Largo sorriso, sarcástica!
Não precisei explicar mais nada.
Antônio Scheffer
Antônio Scheffer,
Coração doce, face enternecida. E o mundo a ser olhado. Cadeira, varanda. Vagar ao passar.
Talvez o mais antigo ex-aluno da EAFI, onde foi aluno ha 71 anos atrás como guarda na memória.
Hoje seu Antônio abre os olhos e fala com a voz da eternidade sobre irmãos do céu como se tivesse segredos da alma a contar. Fala de pessoas queridas. Meu pai, minha mãe. E se abre ao diálogo da vida.
Passo quase sempre sob sua varanda. Seu antônio à cadeira ve o mundo passar.
Vez por outra paro para prosear, se não for para lançar candidaturas como ainda se vê procurar.
Mas Seu Antônio, com o orgulho dos vencedores, deixa muitas obras em Inconfidentes e outras pela EAFI. E conta. Muito, são casas construidas. Até para quem não lhe pagou - hoje mágoa desprezada. Como despresa as coisas pequenas da vida que não valem mais a penas conservar.
Ah, sim! Seu Antônio é funcionário aposentado da Prefeitura. Aliás, comçou antigo funcionário da Prefeitura de Ouro Fino; pois naquela época, Inconfidentes ainda era distrito. E recorda a advertência que então lhe fez o prefeito de Ouro Fino (1963) , seu amigo pessoal: "Então você vai optar por Inconfidentes ? Não quer ficar?"
E lembra do comentário final: "você vai sofrer". E não deu outra, conta vitorioso.
Para quem não sabe, o Pai do Seu Antônio era o saudoso Pedro Scheffer (também antigo funcionário da Escola, criava abelhas), cuja casa onde hoje moram o filho Armindo com mais outros da família, fica logo depois da ponte de concreto (1950) sobre o Rio Mogi - saída para Ouro Fino pela "estrada velha". Pelo batismo popular, o local é conhecido como a Ponte do Pedro Scheffer.
Mozart
Mozart Ferreira, Funcionario aposentado da antiga EAVM, hoje EAFI. Seu pai, o saudoso Solon Ferreira.
Mozart, velho amigo!
Outra alegria em Inconfidentes, é andar pelas ruas e, de repente, topar com o Mozart. É inevitável o abraço carinhoso.
Parece, fomos cúmplices na juventude. Talvez sua grande mágoa na vida foi não "dirigir" a baratinha do Pe. Antônio (Chevrolet cupê 1937). Pois esse, logo trocou por um Jeep Willys-59 - motor de 6 cilindros que subia em parede. Foi quando depois me senti como "motorista substituido", pois o Mozart era mais ajuizado, com certeza.
Mas era nisso que dava, ser "coroinha" e ser ateu ao mesmo tempo. Quando era para levar o padre em Crisólia, eu ficava na porta, esperando... O Mozart, de certo, mesmo que não rezasse muito: ajudaria e tocaria campainha.
Mas na oficina mecânica, a coisa era séria: embora volta e meia a gente tivesse de fazer mágica para fazer máquina velha rodar de novo... E hoje garanto: só Mozart é quem sabe fazer de novo funcionar o motor do velho "Allis Chalmers" - trator de bitola estreita e roda de ferro, decerto encostado como sucata em algum barraco da EAFI, assim como o "Cock shutt", um trator volta e meia "perneta". Por fim, jamais voltou a andar de quatro. Mas esse era "diesel", coisa mais "moderna" e a gente tinha respeito. Ainda existe?
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